Entre, leia e ouça-me...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Anjo Perfeito

Com um sorriso,
O brilho nos olhos,
Na face, o perfume somente.
Plena alegria, contagia
Você

Mais uma aventura,
Partindo do que não se pode ver,
Aos tesouros emaranhados
Pelos sonhos e pensamentos ébrios:
Você

Magia, contagia,
Ar para respirar,
Traz-me a fantasia...
Você

O brilho nos olhos,
Aurora tão natural...
Tão desejável,
Você

Um só sorriso,
Maior que as estrelas.
Plena alegria, contagia;
Você

Melhor que as estrelas,
O Anjo perfeito...
Tão desejável ar que respiro!
Você

Minha única aventura,
Tanta magia, toda a fantasia.
Pleno sonho, o pensamento ébrio,
Você, Anjo.

Por Camille Lyra

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Da Parte De Lá

Aqui,  é  tudo
sempre    lindo
e  tão  perfeito
como  se fosse
perdurar   pelo
tempo .  Mas é
que  ainda  não
se descobriu o
 anestésico que egostar-se-á enfim; e,
quando a dor voltar pungente,
eu sei aonde tudo
isso vai
dar



Por Camille Lyra

Depois de toda esta euforia,

 os    s o r        r  i   s    o    s            e                                          a
a       l       e       g          r           i                a
                        s                                                                            e
e
      s   
    
              v 

                    a               
                           
                           e
                
                                     m
                                          
                                            .
    
                                                  .
                                                                                                                                
                                                         .





 Por Camille Lyra

domingo, 23 de maio de 2010

Sonetinho Clichê

Na ausência tua, meu amor,
Eu, perdida, não sei o que fazer;
A distância tua, minha dor,
Eu a sinto tão amiúde, sem saber por quê;

Ainda que outra face me confronte,
Não encontrarei nela o esquecimento teu;
Eternamente, tu serás meu horizonte;
Ainda que distante, rente ao alcance meu;

A lua vem e passa sua escuridão,
Então enfim, a noite amanhece;
Luz cálida, mas meu coração esmorece;

A sede da presença tua, insaciada até então;
De que maneira meu desamparado ser
Há de viver sem ter teu coração?



Por Camille Lyra

Poesia Cadente

Teu brilho caindo rasgou a escura imensidão
Deixastes o céu, oh, estrela minha, por quê?
Contrista-me ver-te aqui tão perto jazer
Se na noite angustiada vi de longe o teu clarão

Já vejo a razão das dores do teu coração contundido,
Perdoa-me por tanto não dizer: o meu medo era de passar;
A incerteza de viver era por enfrentar meu amor ferido...
Escondi-me de todos os fulgores, todo medo era de mudar.

Porém, se por nós algum motivo ainda há, tu subas e voltes a brilhar,
Eu hei de encontrar novamente a esperança que rege
Meus sonhos. E não terão mais os nossos versos uma vida breve.

Trago-te o sentimento fresco da alma, pelo qual clamas.
Ascenda com toda intensidade de meu amor, mas
Deixa sobre mim o frescor da tua chuva de palavras prateadas.



Por Camille Lyra

terça-feira, 18 de maio de 2010

Milhas,

Há tantas, que intentam impedir-nos;
Afastando as minhas mãos das tuas, iguais;
Mas sim, estaremos unidos,
Saberás que, no pensamento, também somos reais;

Para sonhar, olhe para a imensidão azul;
Para sorrir, feche os olhos;
Para voar, abra os braços;
E, para me abraçar, desperte, pois estou contigo;

Estou contigo como o céu;
Onde quer que seja,
Sorrio em teus devaneios;
Posso também voar e levar-te, estou aqui;

E não estarei em outro lugar, senão onde estiveres;
Pois eu não trocaria por estrelas, nenhuma, nem todas elas,
O meu amor preso à tua essência;

E a plenitude de toda saudade é apenas um traço;
Em nossa história, a grande dança é o destino:

Ao rítmo, dancemos, dancemos então! 



Antes, ao Max. E àqueles que também amo de longe ...
Por Camille Lyra 

segunda-feira, 17 de maio de 2010

De Pai Para Filha

- É mesmo um mundo triste esse, minha filhinha ...
- Ah, Papai, por quê? Por que precisam ser tão frios, os dias? Eles sentem-se sozinhos, e não têm com que se aquecer!
-Ah minha querida, é você quem precisa aquecer-lhes o coração. É para isso que eu te chamei primeiro.
-Mas Pai, olhe pra mim... eu? Eles nuna vão me levar a sério, eu sou pequena demais. Eu nada tenho que possa valer aos olhos deles... Sou a menor entre aqueles sábios com quem ando, sou ainda a que mais erra, Paizinho...
-Mas eu não te escolhi porque você é grande, filhinha, nem mesmo por ser a mais sábia! Eu te chamei porque vi seu coraçãozinho tão frágil, quebradiço. Vi que você era pequenininha, e, quando estava triste e sozinha, eu te abracei e cuidei de você.
- Mas Pai, por que o senhor fez assim? Para que te sirvo eu, assim, em tamanha pequenez?
 -Porque, minha filha, Eu sou aquele que abre ou não os olhos daqueles que dizem não me ver, e que ensina o sábio, mesmo em seu ceticismo. Sou eu quem vai até mundo, e não é o mundo que pode me alcançar. Escolhi você, porque verão que uso quem quero, não pelo seu poder ou sua influência, mas todo o coração resiste ou não, através do meu parecer.
- Ah, Papai... eu tenho medo de dizer! Juro que vi muitas vezes quem precisasse, mas eu não pude, não achei palavras que pudessem alcançar.... - ponho-me a chorar
- Amada minha, porque choras?
- Pai, é por amor! Foi o Senhor quem me deu esse amor! Foi o Senhor quem me ensinou a amar, até mesmo aqueles que desconheço na intimidade, outros ainda que nunca conheci pessoalmente! Ah Pai, não é de pena, mas de amor que choro! O Senhor já sabe disso...
- Mas fale, querida, que me importa te ouvir dizer...
- Eu só queria que essas pessoas fossem alcançadas, Papai! Não peço que seja pela religião, de modo algum; mas que elas saibam, de alguma forma, que nada acontece, sem que o Senhor planeje ou permita. Preciso que elas saibam que há alguém olhando por elas. Ah Pai! Eu sei que o Senhor chora comigo, sempre que me entristeço... por isso, não os deixe pensar que estão sozinhos! Lembra das pessoas que aprendi a amar, Papai.. eu me lembro, agora mesmo, de cada um deles! 
- Filhinha amada, lembra do livro que te dei ?
- Lembro sim, o que tem ?
- Então lembra daquela passagem, que diz que eu amei o mundo de tal maneira, que dei meu Filho único, para que todo aquele que crer em mim não pereça, mas tenha a Vida?
- Sim, Papai...
- Dou-lhe uma dica, meu amor; mas que você nunca se esqueça que na hora devida, eu te direi exatamente o que dizer e mais, eu o direi através de você.
- Obrigada, Papai! Obrigada, porque eu tenho certeza de que o Senhor não se esquecerá de nenhum deles! Mas então, o que ia mesmo me dizer ... ? 
-Diga-lhes que a Vida já é aquela que começa aqui, e agora ...

Esmorecer

Sou criança que corre,
E, no mundo passando,
Por entre as árvores vejo cores ao verde,
De flores que escolhi  por salientarem-se;
Poeto para elas, de tão belas que são;
E então, vejo que em mim nada há:
Não há cor e não há cheiro algum;
Apenas o vulto repentino, que um dia passará;
As cores das pétalas, porém, essas persistem em ressurgir depois das estações ...

sábado, 15 de maio de 2010

Fluir

Eu sou criança que corre livre
Por entre as árvores,
Levantando as folhas secas;
Sou na essência de um vento que sopra
Além daqui, por entre as árvores;
Sou, ao suspirar do vento, resfolegando;
Não mais aqui, mas mais além, para além das árvores.




quinta-feira, 13 de maio de 2010

abstinência

Há tanta dor na ausência. Há o desgaste da impaciência:
A incerteza, o desaprender, o incompreeder...
Would you? And what if I begged, while this silence still, just to hear you say no?
A saudade é o avançar das ondas, em vão.
Não quero falar, não quero pensar: nada mais importa; tudo que eu quero é você!

Dedicatórias dispensáveis....
Por Camille Lyra
Dedico, também, ao Betinho, que achou nesse texto letras que são palavra apenas para poucos...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Inpherno

Aquele "bum-bum" ressoava através das paredes como se um elefante estivesse dançando balé atrás daquela porta. Uma porta comum, como outra qualquer, mas, o que quer que estivesse atrás dela, eu já não podia imaginar. Seria muito mais do que eu esperava? Só sei que aquilo ali dentro era o resto da minha vida.
Durante nossa história, fazemos sempre muitas escolhas: café com pão ou Nescau com Maizena, e outras
coisas sérias, como se devo ou não comprar a casa, se é ela a garota ou não, se permaneço assim ou tento ser alguém melhor...enfim, isso aí, atrás da porta, é resultado de uma escolha minha.
Agora eu podia ouvir gritos, pareciam de horror, e risadas maléficas e... um gemido! Eu tenho certeza de que ouvi! Era difícil definir, com o som de milhares de pancadas surdas em algo que soava como uma madeira, às vezes pareciam disparos, também. Então tive medo e, naquele momento, me arrependia de ter escolhido aquele caminho.
- Colega, essa aí é a sua mesmo.
- Eu sei, eu sei. Só... tomando coragem  para entrar... - respondi ao funcionário de camisa banca, tentando me mover.
Então eu encarei a porta azul,  e tentei não ouvir a gritaria de uma multidão, que parecia ser formada por umas mil vozes, ignorei os estrondos que vinham lá de dentro e fechei os olhos. Segurei a maçaneta preta, respirei, e então abri a porta do destino que tracei para mim mesmo.
- Como é que é ?! Vocês não podem ficar quietos por 15 minutinhos, enquanto eu não chego ? Só porque eu atrasei não quer dizer que essa baderna aqui seja permitida! O próximo que der mais um pio está fora de sala ! Chega !
...agora acertem essas fileiras, por favor, e vamos abrir o livro na página 47 ...



Redação da Prova. Nota: 5/5 

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ela e Ele?

Cabelos longos, sedosos e penteados. Blusa azul ou branca, bermuda jeans clara, casaco amarrado na cintura. Ah, quase me esqueço, óculos de metal sobre os olhos de chocolate. Material. Cadernos - cheios de poesias românticas de Vinícius -. Bolsa de fivela atravessada e discreta. iPod - Sentimental, Los Hermanos - . E All Star azul . Adiantada, como sempre.
Cabelos ralos, molhados e desarrumados. Blusa qualquer-uma, calça qualquer-outra, casaco posto sobre os ombros. Ah, quase me esqueço também, óculos de acetato sobre os olhos verde-oceano. Material. Papelada - cheia de notas da poesia ébria de Vinícius-. Mochila esportiva e chamativa, indiscreta. iPod - Casa Pré-Fabricada, Los Hermanos-. E sapatênis bege ou marrom. Atrasado, como sempre.
O cotidiano era sempre assim. Começava cedo, muito cedo. Assistir às aulas e ministrar as aulas. Sempre acabavam se desligando por, pelo menos, um pouco da realidade. Fugia nele e fugia nela. Mas era segredo e segredo.
Ela era querida, sempre sorrindo à vida. Espontânea. Vivia de amor, amava viver. Amava demais. Ele era necessário, sempre criticando a vida, ranzinza. Vivia de palavras, amava as palavras. Mas vivia cansado demais até para falar. Falar dele mesmo.
Por dois anos, viveram seis dias por semana por si mesmos e, nas quintas feiras, deixavam-se seguir dois a dois por mínimas duas horas e meia. Era normal que os dias se arrastassem até o dia de dizerem "Finalmente...",quando se encontrariam. Ela, ousada, interpretava-o em seu silêncio, onde ele buscava esconder-se. Ele sempre desistia, se deixava ser lido. E era tudo o que tinham tido, até aquela semana.
Essa semana, tinha sido cotidiana como todas as outras muitas guardadas na lembrança. Então, às aulas:
 Ele sempre olhava o caderno dela - suas poesias o preenchiam-. Ela sempre permanecia olhando os olhos dele - sua cor a refrescava -. As frases ditas eram mudas, mas cheias de som. Eram palavras que saíam altas no silêncio dos dois. Segredo, segredo. Silêncio, silêncio.  Permanecia e se mantinha sem ser quebrado, era errado, era bom demais para ser verdade. Mas era desejo, anseio.
 Foi quando ela decidiu falar mais. Cansara-se de conter-se em si mesma. Ela precisava. Ele aguardava. Sim, sacou do estojo uma caneta qualquer - não importava mais - e escreveu um bilhete, de três palavras. Entregou-lhe no final das 2hrs30, olhando-o nos olhos de oceano.
Ele pôde sentir a intensidade do olhar de chocolate maior que o univeso. Recebeu-a, enfim, depois de 2horas e 25minutos exatos. Olhou o papel dobrado-de-qualquer-jeito. O desdobrou aos poucos, sem pressa. Ele queria, e muito. Mas  não devia encontrá-los. Encontrar os dois pronomes, separados por uma conjunção aditiva e terminados em uma interrogação- a cor da caneta era vermelho escuro - :
" Você e Eu ? ", dizia o bilhete.
Foi quando ele decidiu que o bilhete precisava ser acrescentado em mais uma palavra e depois, devolvido. Cansara, também, de conter-se em todo o seu Português. Ele precisava. Ela agora, aguardava :
" Sim ..."


Por Camille Lyra

Dedicada à Ela da vida real.

Versos de Ninguém

Não, eu não quero - eu preciso -
Não, eu não posso - me consome -
A todo desejo e anseio eu reprimo
Eu resisto, esnobo você - mas cedo, em segredo -
Faço que não te suporto - e eu te estudo em detalhes -
Digo que não. - e sinto queimando por dentro -
Eu me calo  - mas você me vê dizer...é isso ! -
É segredo, que ninguém deve saber -você;
Por favor, escute-me quando não posso dizer:
que Ninguém é como Você ...

Por Camille Lyra

Ao Único Alguém.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Do Coração

Como se ela fosse majestade, ele se curva;
Sua mão estendida para pedir uma dança ao cair da lua;

Como se ele só fosse todo o ar do mundo, ela arqueja;
Seu corpo, guiado por ele, cede em função de todo desejo;

Como se ela fosse toda realidade, ele acredita;
Rebusca seus passos, querendo integrar-se à sua perfeição;

Como se ele fosse a plenitude, sente sua essência;
Arremessando-se nos braços dele, são totalmente seus;

Como  se o horizonte não separasse céu e mar;
Dos dois o Tudo é um só: a imensidão de amor;

Estrelas azuis para o sorriso dela,
Cometas perdidos para os olhos dele,
Esquecem-se do Sol: tanta luz, tanta paixão;

A dança, maior que o Universo;
Todo movimento, exalando seu sabor;
E, ao exímio desabrochar, a satisfação
Cantando aos pensamentos, é a paixão, todo esse ardor;

Mas e o Tempo, tão pequeno,
tramando ser eterno a ...


Por Camille Lyra

Obrigada, meu Coração...


Do Espelho

 Durante a semana é estuda-estuda e no fim de semana eu sei lá me perco na vontade de amar acontecer sorrir voar correr fluir cantar dizer rir calar entender ouvir viajar esquecer fugir rimar mas se fecho os olhos para saborear já estou na quarta-feira engraçado como                                  o tempo foge o                             escapa de mim foi quando então eu cansei de esperar o                          cansar de fugir de mim agora eu que vou fugir                                                              e parar.

 - Paro sim, paro porque é preciso. Paro para me observar. E não, não sou narcisista -definitivamente não- Preciso me observar porque eu preciso amar. Ora, sem o amor, a vida não faz sentido algum. E sem reflexões profundas aqui, porque não é esse o intuito - pensando bem, sem reflexões profundas demais -. O amor faz sentido porque ele é o único Caminho para a felicidade - aquela que é verdadeira -, o Amor faz sentido porque sem ele nada tem sentido. Sem o amor, as lágrimas além de serem frias, não se cessam com um arco-íris,- a propósito, arco-íris é Aliança, não apenas relacionamentos, nem só vínculos, alianças.- mas se perdem em uma dor que não faz ninguém crescer, apenas estão ali parar rasgar mais ainda a ferida. O amor verdadeiro é aquele que morre, mas ainda sim permannece intenso e vivo na essência, no espírito. O amor perfeito é pai, mãe e irmão, é tudo.
E não é possível amar sem saber quem você é, e o que falta pra ser alguém melhor. Olhar para mim, e cuidar para que haja em mim beleza, beleza que cativa e encanta - mas na verdade, na verdade, essa beleza ninguém pode ver, mas reflete no Espelho:

Seus olhos brilhando de sonhos, e poesias, e rimas. Vi que ela olhava o mais alto que conseguia, porque não estava satisfeita com pequenas quantidades, nunca. Desde seu gosto por comida muito, muito apimentada até seu sonho de fazer medicina na UFRJ - isso porque ela desistiu do Hopkins porque queria ficar perto das pessoas que ama-.
Também pude ver uma boca, essa que quis muitas vezes se fechar, por falar demais. Falar até mesmo o que não era verdade. Falar, ferir, falar. Mas esta boca estava lutando para conter-se, para se calar, amar.
Além disso, seu narizinho de batatinha gostava de sentir os cheiros dos ambientes.- Quantas vezes ela não tinha chorado, depois de cheirar um baita de um cebolão? Mas lembrar, ela só guardava o cheiro das flores, do mar, da lua, dos sorrisos, risadas, amigos, família ...-
 E suas pernas eram longas - porque gostava de correr, voar.- O vento batendo contra seu corpo e rosto, os pés voando sobre o chão, o controle total do movimento ligeiro, o coração batendo forte e intenso, o sangue correndo, a respiração tomando todo o oxigênio que pudesse alcançar e o sentimento de ser livre de tudo que poderia intentar prendê-la... Ah, a liberdade, como ela é apaixonada pela liberdade !
Ouvi dizer que as marcas em seu rosto apareceram há dois anos, quando ela perdeu alguém que amava muito, uma mãe. Superar essa perda, fez da criança que ela era uma adolescente cheia de questões, mas que salvou a poesia depois da dor. 
Uma adolescente que quer amar como a sua avó: Avó que por 14 anos atravessou a ponte para cuidar dela e de seu irmão, enquanto seus pais ganhavam dinheiro que os sustentasse. Ela educou, mimou, ensinou, disciplinou e nos ajudou a superar. Seus pais também, mas ela estava lá quando eles não podiam. Quando o dia dela chegou, então a menininha que brincava de boneca aprendeu que seu irmão precisava também de cuidado; que o dinheiro agora era só a mesada, se faltasse, não teria mais; que sorvete todo dia não era mais viável; que a vida era mais difícil quando não havia ninguém para resolver os problemas para você. Papai e Mamãe amaram e educaram sim e com exelência, deram tudo do bom e do melhor. Mas eles também tinham/têm o papel de lhe ensinar a viver.
Ela, então, aceitou o desafio de viver, mas viver só por viver não valia a pena: ela foi encontrada pela essência da Vida ....

 -Mas e um  pena que nao e possivel fugir do tempo como                 o foge de nos e quando o tempo nos encontra nao temos nem para virgulas nem para acentos ...


Do Título

"Por agora vemos como espelho, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. "
Engraçado isto: eu parei, logo hoje, pra escrever sobre o meu Espelho Embaçado. Logo hoje, lenta Segunda depois do fim de semana. Claro, eu disse que já passou. E já passou mesmo, mas não posso dizer que não me marcou. Talvez você ache da maior idiotice eu ter me sentido assim, ou então, menos provavelmente, você concorde comigo; mas, independente das opiniões alheias, eu conto a história:
Eu tinha planejado meu fim de semana para que eu pudesse fazer um pouquinho de tudo. Encaixadinho, como sempre. A programação era estar 12h30 na festa de uma grande amiga, N,- porque ninguém é melhor que ninguém pra mim- e estar no Luau que eu estava ajudando a organizar com outros adolescentes da minha igreja. O horário era apertado, mas eu sairia 16h20 de Camboinhas para estar às 16h50 em Niterói.
Claro que nada deu certo. É sobre Camille que estamos falando. E sabe o que é pior de tudo ?
- Eu só precisei de 5 minutos para fazer um estrago monumental:
É, eu tive a estúpida ideia de jogar N na piscina. Era aniversário dela, oras, isso era, na hora, perfeitamente aceitável meu ver. Claro que eu estabanada, participando da comitiva encarregada de lançá-la na piscina, caí antes e depois dela cair também. Só que nós nos esquecemos de uma coisa: os celulares. O meu e o dela estavam em nossos bolsos.
Pois é, ao invés de dar presente, eu tiro o celular da garota. No dia do aniversário dela. E só para melhorar, eu estrago o celular que meu pai tinha mandado consertar havia uma semana. 150 reais jogados no lixo - ou na piscina se você preferir-. Com essa confusão, eu também me atrasei para o Luau e a responsabilidade, que mais uma vez me faltou, eu não pude estar lá 17h ,tinha fracassado.
Cheguei em casa, meus pais brigaram comigo, e eu estava proibida de ir ao Luau. Foi nessa parete que eu chorei, e chorei muito. Como eu podia ser tão despreszível assim ? Caramba, se o mundo dependesse de mim, ele provavelmente já teria explodido em caos. Eu sou a plena expressão do que significa a palavra " desastre ". Isso tudo eu concluí em mais ou menos uma hora de autocríticas.
Quando eram umas 18h, outra grande amiga, R, veio pegar o que o pessoal tinha esquecido de levar antes para o Luau, já que eu mesma estava proibida de sair. Quando ela viu minha cara inchada e branca, ela deve ter se dado conta que eu ou estava morta, ou estava muito mal.
Então, eu conversei com ela e ela me acalmou, disse que eu estava sendo exigente demais, que eu era muito exagerada, que eu não tinha estragado também o Dia das Mães da minha mãe e me aconselhou que eu convesasse com meus pais.
Foi o que eu fiz.Conversei/chorei mais ainda com eles, e eles me entenderam! Para minha supresa, me disseram que eu fosseao Luau. Então eu cheguei lá, com a cara de zumbi mais feliz que eu consegui esboçar.  Fiz o meu trabalho, curti as músicas e, como sempre, e delirei com a vista da praia - mais tarde, quem sabe, vocês entenderão tudo que essa praia significa para mim-.
Enfim, depois parei para pensar um pouco. Percebi que eu preferiria mil vezes ter jogado a N na piscina de novo; do que se eu tivesse passado uma metade da festa dela sumida com o meu namorado e, na metade em que aparecesse, estar perto dela com o meu namorado fumando e bebendo... como aconteceu. E ainda tive que ouvir "dane-se ela e o celular, ela que também te empurrou na piscina.", legal é que a pessoa que falou isso é uma amiga minha também. Mas até que em parte ela estava certa.
Uma coisa que R me disse e que eu já tinha ouvido antes: " Aquele que mais erra, muito ama; mas aquele que é pouco perdoado pouco ama. "Não que eu vá sair errando mundo afora, não. Errei, e me arrependo. Chorei, tive raiva de mim, mas aprendi a lição. Errar, todos erram, né ? " Você é humana, Camille, não se esqueça disso.", ela disse também;e u achei que fazia sentido.
...mas o que é que isso tudo tem a ver com título?
-Ah, sim. Bom, é porque eu amo meu Pai, minha família, meu coração, meus amigos que eu criei um espelho. Isso, um espelho onde eu pudesse ver em mim e no que me rodeia aquilo que é bom e aquilo que machuca - e então mudar - , e também para que as pessoas vissem que eu sou tão ou mais surtada do que pareço. Amar é a maior de todas as loucuras....
E esse espelho é embaçado mesmo: quem sou eu para ser dona de alguma verdade? Aqui são os meus olhos vendo a minha reflexão a respeito dos fatos. Os seus podem sim ver outras coisas, que até tenham sido propositadamente implícitas por esse espelho. Mas essa parte de descobrir os mistérios deixo a vocês!

Quem sou eu

Minha foto
Camille Lyra. O nome fala muito da feição, tanto na sua significância quanto na sua origem; já o sobrenome faz jus à escrita predileta da autora. Sempre curiosa demais, sonhadora demais, ambiciosa demais, romântica demais, intensa demais. E, daquilo que exceder tudo isso, faço poesia.