Entre, leia e ouça-me...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mãos Estendidas

As suas mãos trêmulas, como concha que estivesse
Acima daqueles olhos seus, suplicantes.
Olhos sofridos, em sua tão jovem face;
Cravados, fundos, distantes ...

Seu rosto encardido, a poeira de uma curta história.
Lameado: o resultado de capítulos desventurados.
Seria melhor poder inventar uma simples paródia;
Que escondesse todos os versos famintos e surrados.

As suas palavras sujas de pobreza (tristeza),
Pedindo por novas estrofes trocadas no bolso.
Só quer fugir de seu conto, pobre conto faminto;
Só quer fingir, como criança que é, que não é verdade....

Clamava, gritava.
Onde estava quem iria dizer que não se pode fugir da verdade ?
Onde estava quem iria mudar sua realidade ?
Quem não acha melhor negar à criança o direito de sorrir ?

O brilho, querendo nascer depois da dor.
A esperança, querendo sobreviver à dor.
Seus traços tristes, esperavam por um favor:
Suas mãos estendidas, pediam por uma nova poesia do Autor ...

Por Camille Lyra


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terça-feira, 20 de julho de 2010

Um Tantão de Amor

Há um tanto de palavras inquietas;
Esse tanto de palavras que quer pular
Dentro dos versos, e as emoções espoletas,
Espontaniedade que rege-me ao poder falar...

Há um tanto de palavras cordiais;
Esse tanto de palavras que almeja gritar,
Expressando todo o meu amor em estrofes leais
Aos sentimentos, aqueles que por vezes esqueci-me de expressar...

Não basta escrever sobre quanto eu amo-te;
Também espero alcançar-te, com cada proceder
Tocando-te, ao perceberes em mim quanto preciso de ti...

E me deleito em ter tamanho prazer;
Nos teus abraços, nos teus carinhos...
Meu privilégio, Papai, é aprender a amar alguém como Você ...

Quarto Escuro

Pensamentos.
Culpa.
Mentiras.
Raiva.
Palavras, vãs palavras.
Guardo-as para mim.
Fico assim, sem dizer o porquê...

Lágrimas, lágrimas vazias.
Só, solidão.
E mais lágrimas...

Perdão.
E preciso perdoar também.
Esquecer o que havia em mim...

Silêncio, mas um silêncio inteiro.
Pronto para recomeçar,
Quando o dia chegar mais uma vez...

Por Camille Lyra

terça-feira, 6 de julho de 2010

Despedida

Você, eu te amo. Mais que tudo, tudo mesmo.
- Não vê ? Por você eu me contradigo, me desfaço por inteiro. Por você eu me reconstruo para ser o que você bem quiser de mim....
Cada lágrima, cada uma passa ardendo em meu rosto agora, mas eu não me arrependo delas. Cada uma delas insiste em amar você, em um silêncio solene e muito sóbrio, cientes de que persistir é a única opção: para fazerem valer a genuidade do olhar onde nasceram, e para moldar seus ideais na face que percorrem.
A dor de te perder é também a força que me impulsiona a te reconquistar, e então conquistar o mundo, para você e para mim. O Amor não está além da paixão, sublime e passageira ? Então me permito amar você, fazer passar o tempo - maldito tempo - enquanto eu persisto todos os dias decidindo viver de um amor devoto e sem-fim, assim, de uma intensidade insondável e um tanto secreta - você vai se esquecer de mim.
Mas como o Criador pode negar algo assim ? Ele que é Pai de todos e nosso Pai, que ensinou que amar é dar a vida - e que quase nunca significa morrer -, é dar a vida. Eu, então,  dou a minha vida a você, Você. Seja lá o que isso for.
- Faço assim: espero. Mas espero sonhando com o dia em que o Autor desse livro, livro chamado Vida,  há de nos conceder um ao outro, como conquista depois das milhas em um Amor percorridas, com perseverança. Isto é, se eu ainda for quem você quer ao seu lado.
Mas sua correspondência, no fim, pouco me importará. É que o Amor chega a um ponto, insano momento, em que esse é independente do outro. Sim, meu coração há de caminhar sem seus braços equilibrando-o um dia, depois que eu for. Entendo que também é preciso que ele caminhe sozinho para perder o medo de perder e ficar mais forte, para durar para sempre, para você, Você.
Então, adeus...

Quem sou eu

Minha foto
Camille Lyra. O nome fala muito da feição, tanto na sua significância quanto na sua origem; já o sobrenome faz jus à escrita predileta da autora. Sempre curiosa demais, sonhadora demais, ambiciosa demais, romântica demais, intensa demais. E, daquilo que exceder tudo isso, faço poesia.