Tan, tan, tan, TAAAAAAN
À NOITE!
A DOR EXCRUCIANTE, VINDA DA ALMA
RASGANDO O PEITO, TOMANDO CONTROLE, marcato:
AS LÁGRIMAS GELADAS, GÉLIDAS, MÓRBIDAS
PINTANDO A FACE, COLORINDO O ROSTO DE PRETO. (DE PRETO...)
ENTÃO, AS LAMENTAÇÕES PESAdas, carregadas, malévolas... (malévolas...)
(angústia...)
(angústia...)
Silêncio.
ROMPENDO O SILÊNCIO, PLANGENDO HARMONIA, legato
SEM RITMO E SEM COR E SEM ALEGRIA E FRAca doída...
staccato, OS GRITOS PUNGENTES, DESESPERADOS, o erguer da batuta.
(Desesperados...)
- AAAAAAAAAAAAAAAI! AAAAAAAi! Aaaai....ai...por quê? por que, meu Deus, por quê? - do Sol ao Dó, da voz ferida ao silêncio, e o silêncio de novo, de novo...
Silêncio.
Silêncio.
Primeiro, a batuta:
A INDIGNAÇÃO VIVA, sussurante, CRÍTICA, IMENSA, INTENSA, ARDENTE!
Então... então... Vem nascendo, tomando, abundando, sarando, curando por dentro!
Depois, legato, RESSURGE ESPERANÇA esperança, esperança! (espero...)
staccato, então, o sorriso brilhante, cintilante, luzente. Luzente... (luzente...)
TRAGANDO, DESTRUINDO escuridão que tomava o coração, meu, meu coração. O coração... (o coração...)
marcato, felicidade... A FELICIDADE vem e DANÇA, tem nome, Aurora, e os sorrisos... SORRISOS
Ah, a felicidade, enfim.... (felicidade...)
(felicidade...)
(felicidade, enfim...)
...A felicidade lenta...
(shhh!)
Retoma a batuta:
Fe, li, ci, da, de:
E infinita, ao lusco-fusco da manhã:
(ah, felicidade...)
(A felicidade, enfim...)
(A felicidade...)
(Felicidade...)
Sussurra:
(a felicidade...)
(felicidade...)
(feli...)
(cida...)
(cidade...)
(fé...)
(shhhhhh)
(sorrisos)
lá vem a grande alvorada:
Silêncio...
(shhhh!)
Silêncio...
(sh...)
Silênco...
(s..)
Silêncio:
(Sorrisos...)