Entre, leia e ouça-me...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Branca



- Durma bem, minha filhinha. 
Eu vou te amar para sempre.




Fecho os olhos e te imagino:
Eu te vejo correndo pelas nuvens,
Mordendo os calcanhares de Deus,
Roendo as estrelas,
Implorando pelo seu pãozinho
Debaixo da mesa de café dos anjos,
Latindo para a lua,
Incomodando os vizinhos,
Talvez até namorando...
Eu te vejo branca,
Eu te vejo, Branca.

Sinto a falta tua, Branca.
Restaram-me estes teus lacinhos,
Coloridos que eram sobre o teu branco-branco,
Coloridos não mais que os teus olhos suavemente azulados,
Olhos que te confirmavam como propriedade celeste!

Foi, então, a hora de te retornar ao Dono, 
Fico agradecia pela extasiante visita,
Que seja mais forte do que todos os dias tristes
A lembrança da alegria com que iluminavas essa casa
Que permaneça em meu peito uma brancura tal como a tua,
Que permaneça em mim eternamente as tuas brancas memórias....

Restou-me este silêncio.
Eras todo barulho da casa,
Eras uma linda música,
Eras minha canção branda, Branca...

Fostes minha canção, minha melhor amiga,
Minha primeira, minha lindinha
Meu bebê, minha filhinha,
Meu bem, meu amor,
Meu presente, minha branca,
Minha Bia,
Minha, Bia.

Te esquecerei jamais.

Quem sou eu

Minha foto
Camille Lyra. O nome fala muito da feição, tanto na sua significância quanto na sua origem; já o sobrenome faz jus à escrita predileta da autora. Sempre curiosa demais, sonhadora demais, ambiciosa demais, romântica demais, intensa demais. E, daquilo que exceder tudo isso, faço poesia.