Entre, leia e ouça-me...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dois Castiçais

As velas acesas,
é escuro
o dia passou sorrateiro
Já deve ser tarde, amor

Os olhos velam
um ao outro
brincando, sorrindo
Já é tão sincero, amor

As palavras extasiadas
no silêncio dos olhares acesos,
e não existe nada além de dois
Já é tão verdade, amor

Os olhos conversam
noite adentro,
entretidos, ávidos
Já se faz escasso o tempo, amor

Já é tarde,
os olhos bruxuleiam,
mas não se deixam um segundo:
Deixa apagar tua vela ao lado da minha, amor...

sábado, 16 de junho de 2012

Carta a uma Desconhecida

Não sabes meu nome,
mas eu sei o teu,
sei o teu nome
e tomei de ti teus sonhos,
teus amores,
teu coração.

Não te peço, pois, perdão.
Peço-te um sorriso
que jamais eu hei de ter,
um brilho novo no olhar
que eu jamais eu hei de sentir.
Peço-te que eu seja a tua maior inimiga,
se teu caminho tornar-se mais excelente,
Peço-te que eu seja a tua melhor amiga,
se houver qualquer coisa em mim que lhe faça bem.
Peço-te que me vejas sorrir feliz,
e saibas sê-lo melhor do que eu.
Peço-te que me vejas chorar,
e saibas ser mais forte do que eu.
Peço-te que me vejas nua,
e saibas ter a alma mais bela do que a minha.
Peço-te que não me esqueças
que eu seja tua marca profunda,
tuas lágrimas, teu grito, tua dor:
que eu seja o teu fim...

Um dia, hei de ser,
então,
nada mais
do que o sinal
do teu recomeço,
Desconhecida.

Nada mais justo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A Bela

Estava adormecida,
dormia taciturna
no colo do meu senhor,
um senhor culto, grave
doentio, triste.

Mas hoje, decidi:
deixei seus braços!
deixei-os, juro!
Cansei-me,
Mudei...

E vim até aqui,
porque eu queria dizer
que dizer, simplesmente,
não é simples:

É trançar os cabelos
da tonta Psiquê,
- comporte-se, mocinha -
pra você.

Rasguei o meu silêncio,
porque queria mostrar
tanta coisa
que vi
que sonhei
que amei....

Leitor,
tão caro leitor...
saí do silêncio, você me acordou...

Quem sou eu

Minha foto
Camille Lyra. O nome fala muito da feição, tanto na sua significância quanto na sua origem; já o sobrenome faz jus à escrita predileta da autora. Sempre curiosa demais, sonhadora demais, ambiciosa demais, romântica demais, intensa demais. E, daquilo que exceder tudo isso, faço poesia.