- Durma bem, minha filhinha.
Eu vou te amar para sempre.
Fecho os olhos e te imagino:
Eu te vejo correndo pelas nuvens,
Mordendo os calcanhares de Deus,
Roendo as estrelas,
Implorando pelo seu pãozinho
Debaixo da mesa de café dos anjos,
Debaixo da mesa de café dos anjos,
Latindo para a lua,
Incomodando os vizinhos,
Talvez até namorando...
Eu te vejo branca,
Eu te vejo, Branca.
Sinto a falta tua, Branca.
Restaram-me estes teus lacinhos,
Coloridos que eram sobre o teu branco-branco,
Coloridos não mais que os teus olhos suavemente azulados,
Olhos que te confirmavam como propriedade celeste!
Foi, então, a hora de te retornar ao Dono,
Fico agradecia pela extasiante visita,
Que seja mais forte do que todos os dias tristes
A lembrança da alegria com que iluminavas essa casa
Que permaneça em meu peito uma brancura tal como a tua,
Que permaneça em mim eternamente as tuas brancas memórias....
Restou-me este silêncio.
Eras todo barulho da casa,
Eras uma linda música,
Eras minha canção branda, Branca...
Fostes minha canção, minha melhor amiga,
Minha primeira, minha lindinha
Meu bebê, minha filhinha,
Meu bem, meu amor,
Meu presente, minha branca,
Minha Bia,
Minha, Bia.
Te esquecerei jamais.
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