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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Fiz Dele Razão ... (O Diário de Ela - II)

27/08

 "Você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão pra se perder
No abismo que é pensar e sentir"

É como se eu tivesse acabado de jogar todas as verdades do mundo em uma descarga. Por água abaixo. Tudo, não há mais nada.
E isso aqui não é um desabafo. Eu não preciso contar a ninguém. Eu não precisava contar a você. Você não precisava saber, não. E eu não queria contar. Não fui eu. Foi ele o culpado. Foi o coração. Maldito. Foi ele...
Isso aqui é um pulo. Ia dizer no escuro, mas não poderia ser mais claro: Acabou.
De repente, o que eu chamava de expectativa, dúvida, a dor de desejar, de não saber, tudo isso tornou-se obsoleto. E, ao mesmo tempo, não.  Não porque, apesar da minha vergonha, -ah, a gafe!- eu disse o que guardava em mim. Fui eu quem disse. Eu sou assim. Não sei prender dentro de mim coisas que me fazem intensa, inteira.

"Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse nem assim se pôde evitar..."

 E eu não poderia viver diferentemente disso. Eu não sei não agir conforme o que sinto. Essa liberdade me aprisiona quando me liberta. Eu não poderia não ser você em mim. Isso é o que é. É o que sou. Não conseguiria respirar longe da minha essência, carrego uma alma comigo. Agora, uma alma machada por você. Para sempre.
"Você é só uma criança..."
Falar do meu querer é tão vago. Eu também não consigo compreender. Não entendo. Não, eu não queria querer. Mas não pude evitar a tempestade de sentimentos, pensamentos que vieram sobre mim. Alagada. Molhada. Está tão frio aqui... vai me deixar aqui? Sou só ...

-  Eu não quis isso tudo, não. E nem você quer, nunca nem sonhou com isso. Eu e a minha cabeça palerma.... como foi que eu pude imaginar algo mais do que só estar perto? Como foi que eu permiti achar-me suficiente?
"Não, querida, você não é." Eu nunca serei. E obrigada por não dizer, foi condescendente ...como foi que eu pude me enxergar ao seu lado? Como?

"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir.
"

- Ahahahaha ! Não... ah, não!  Como se já todo este desastre não bastasse, eu fui além: eu quis ter você só para mim. "Sua egoísta.", ou talvez você me dissesse:  "Sua louca. Louca, desvairada!". Mas sim, eu quis. Sim, querido, ainda quero... mais que tudo. Quero o suficiente para voltar no tempo e fazer tudo novamente. De novo.
 "Would you? And what if I begged, while this silence still, just to hear you say no?"

-Ahh, mas que absurdo! Sua menina má! Má ! O que foi que você fez, ein?!
O que foi que você fez...?
- Eu, eu ....
-O que foi que você fez?
- Eu...
- O que é que você está fazendo?

- EU ME APAIXONEI!








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Quem sou eu

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Camille Lyra. O nome fala muito da feição, tanto na sua significância quanto na sua origem; já o sobrenome faz jus à escrita predileta da autora. Sempre curiosa demais, sonhadora demais, ambiciosa demais, romântica demais, intensa demais. E, daquilo que exceder tudo isso, faço poesia.