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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Do Espelho

 Durante a semana é estuda-estuda e no fim de semana eu sei lá me perco na vontade de amar acontecer sorrir voar correr fluir cantar dizer rir calar entender ouvir viajar esquecer fugir rimar mas se fecho os olhos para saborear já estou na quarta-feira engraçado como                                  o tempo foge o                             escapa de mim foi quando então eu cansei de esperar o                          cansar de fugir de mim agora eu que vou fugir                                                              e parar.

 - Paro sim, paro porque é preciso. Paro para me observar. E não, não sou narcisista -definitivamente não- Preciso me observar porque eu preciso amar. Ora, sem o amor, a vida não faz sentido algum. E sem reflexões profundas aqui, porque não é esse o intuito - pensando bem, sem reflexões profundas demais -. O amor faz sentido porque ele é o único Caminho para a felicidade - aquela que é verdadeira -, o Amor faz sentido porque sem ele nada tem sentido. Sem o amor, as lágrimas além de serem frias, não se cessam com um arco-íris,- a propósito, arco-íris é Aliança, não apenas relacionamentos, nem só vínculos, alianças.- mas se perdem em uma dor que não faz ninguém crescer, apenas estão ali parar rasgar mais ainda a ferida. O amor verdadeiro é aquele que morre, mas ainda sim permannece intenso e vivo na essência, no espírito. O amor perfeito é pai, mãe e irmão, é tudo.
E não é possível amar sem saber quem você é, e o que falta pra ser alguém melhor. Olhar para mim, e cuidar para que haja em mim beleza, beleza que cativa e encanta - mas na verdade, na verdade, essa beleza ninguém pode ver, mas reflete no Espelho:

Seus olhos brilhando de sonhos, e poesias, e rimas. Vi que ela olhava o mais alto que conseguia, porque não estava satisfeita com pequenas quantidades, nunca. Desde seu gosto por comida muito, muito apimentada até seu sonho de fazer medicina na UFRJ - isso porque ela desistiu do Hopkins porque queria ficar perto das pessoas que ama-.
Também pude ver uma boca, essa que quis muitas vezes se fechar, por falar demais. Falar até mesmo o que não era verdade. Falar, ferir, falar. Mas esta boca estava lutando para conter-se, para se calar, amar.
Além disso, seu narizinho de batatinha gostava de sentir os cheiros dos ambientes.- Quantas vezes ela não tinha chorado, depois de cheirar um baita de um cebolão? Mas lembrar, ela só guardava o cheiro das flores, do mar, da lua, dos sorrisos, risadas, amigos, família ...-
 E suas pernas eram longas - porque gostava de correr, voar.- O vento batendo contra seu corpo e rosto, os pés voando sobre o chão, o controle total do movimento ligeiro, o coração batendo forte e intenso, o sangue correndo, a respiração tomando todo o oxigênio que pudesse alcançar e o sentimento de ser livre de tudo que poderia intentar prendê-la... Ah, a liberdade, como ela é apaixonada pela liberdade !
Ouvi dizer que as marcas em seu rosto apareceram há dois anos, quando ela perdeu alguém que amava muito, uma mãe. Superar essa perda, fez da criança que ela era uma adolescente cheia de questões, mas que salvou a poesia depois da dor. 
Uma adolescente que quer amar como a sua avó: Avó que por 14 anos atravessou a ponte para cuidar dela e de seu irmão, enquanto seus pais ganhavam dinheiro que os sustentasse. Ela educou, mimou, ensinou, disciplinou e nos ajudou a superar. Seus pais também, mas ela estava lá quando eles não podiam. Quando o dia dela chegou, então a menininha que brincava de boneca aprendeu que seu irmão precisava também de cuidado; que o dinheiro agora era só a mesada, se faltasse, não teria mais; que sorvete todo dia não era mais viável; que a vida era mais difícil quando não havia ninguém para resolver os problemas para você. Papai e Mamãe amaram e educaram sim e com exelência, deram tudo do bom e do melhor. Mas eles também tinham/têm o papel de lhe ensinar a viver.
Ela, então, aceitou o desafio de viver, mas viver só por viver não valia a pena: ela foi encontrada pela essência da Vida ....

 -Mas e um  pena que nao e possivel fugir do tempo como                 o foge de nos e quando o tempo nos encontra nao temos nem para virgulas nem para acentos ...


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Quem sou eu

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Camille Lyra. O nome fala muito da feição, tanto na sua significância quanto na sua origem; já o sobrenome faz jus à escrita predileta da autora. Sempre curiosa demais, sonhadora demais, ambiciosa demais, romântica demais, intensa demais. E, daquilo que exceder tudo isso, faço poesia.